Real Forte do Príncipe da Beira

 

O governador da capitania de Mato Grosso, Antônio Rolim de Moura Tavares funda, em 1759, o Forte Nossa Senhora da Conceição, localizado na margem direita do rio Guaporé, próximo à confluência com o rio Baures. Mais tarde recebeu a denominação Forte de Bragança.

Com ordens da Coroa Portuguesa, Luiz de Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres, governador da Capitania de Mato Grosso (1772 a 1778), construiu, em local próximo e para substituir o Forte de Bragança, a mais espetacular edificação colonial do extremo oeste do Brasil: o Real Forte do Príncipe da Beira. A obra foi iniciada no dia 20 de junho de 1776 e inaugurada no dia 20 de agosto de 1783.

Na ocasião, era necessário garantir e proteger a navegabilidade nos rios Madeira, Mamoré e Guaporé, vias naturais de abastecimento de gêneros alimentícios, ferramentas, escravos e de escoamento da produção. Para tanto, Francisco de Sousa Coutinho, governador da Capitania do Grão-Pará e Maranhão, recebe, em 12 de maio de 1778, ordens para melhorar, o quanto possível, as comunicações com o Mato Grosso. Era importante o estabelecimento de povoações ou aldeias nas cachoeiras, para facilitar as carregações, ter nas canoas população composta de brancos, negros e índios e providenciar um corpo de tropas junto ao governador de Mato Grosso, composto de 70 a 80 pedestres para dar apoio e segurança aos comboios.

No final do século XVIII, a mineração nos afluentes do rio Guaporé entra em decadência por causa da dificuldade de encontrar o ouro. Isso causou o abandono progressivo da região.

A função do forte se perdera no tempo e ocorreu o esvaziamento dos núcleos de povoamento que ali se instalaram. Por um período de aproximadamente cem anos a região ficou abandonada.

O Real Forte do Príncipe da Beira foi redescoberto no início do século XX pelo militar Cândido Mariano da Silva Rondon (Marechal Rondon) que, a posteriori, solicitou que abrigasse o Sétimo Pelotão de Fronteira.

Em 30 de novembro de 1937 ocorreu o tombamento histórico do Real Forte do Príncipe da Beira. Vale ressaltar que, naquela data, o forte já se encontrava novamente abandonado e os pertences de valor que ali existiam haviam sido saqueados.

Hoje, resta-nos contemplar as ruínas da onipotência dos conquistadores da região, que, para demonstrarem sua supremacia, não hesitaram em construir mega fortificações, firmando seus "direitos de posse" por todo o território.

As ruínas do forte são uma grande atração para professores, estudantes e tu-ristas que visitam o Estado.

O Exército Brasileiro, através da 17ª Brigada, cuida da conservação do local e dos restos dos pertences. Entre alguns objetos da época, o museu do forte possui um uniforme de soldado do Exército Imperial, da capitania de Mato Grosso.

O limite entre a Capitania do Mato Grosso e a do Grão-Pará e Maranhão era a primeira cachoeira do Madeira, sentido rio acima.

 

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